segunda-feira, 22 de julho de 2013


"Definidos como um passado que repercute irrefutável acima de nós, sobre o fim de todos os amores que anunciam anos depois a alegria senil de nossas peles. Entre toques e atalhos de sorrisos que já esquecemos, intransferível é o ontem escondido nas marquises desses caminhos. Inadiável é te amar até a última gota. Ainda há tanto de mim coagulado no magma dessa memória que não aprendeu dimensões outras, novas e maiores, que cabe a mim agora atravessar os anos sobre a instabilidade do teu retorno. Não sejamos rudes demais. Diferentes demais. Cabe a mim agora o sabor falhado dos gostos e o bater ruidoso das asas de uma saudade que pousa em meus ombros, amarelada. Repito-me sob, como se diante dela e somente diante dela (a saudade) eu te soubesse me olhando de volta. Como se dentro dela (da saudade) você me amasse com liberdade e sem tamanho. Como se nela e somente nela (na saudade) você existisse. E me beijasse com um sim, sem abrir os olhos."

 Priscila Rôde

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