segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


"Não necessito das palavras – ouço os olhos para saber da Alma. Se não sei dos olhos, leio os gestos. 'E nos comunicamos de um jeito peculiar. Conversamos e nos sabemos mais pelos silêncios, nos intervalos de nós. Fazendo das palavras um pretexto.' Prendendo ser encontro sabido antes pelo peito. Porque sentimentos se sabem antes de nós mesmos."


Escreve, apaga
Escreve, apaga
Escreve, apaga
E no final, no fim da vida
Deixarei a obra mais bonita, o melhor livro todos

Com páginas todas em branco.

-Marias Vale.


(...) Ainda adoro você. Não sei por quê. Talvez seja porque o seu olhar me fazia dançar melhor. Ou porque ninguém mais me chegou com um cheiro adocicado no meio da tarde ensolarada, em harmonia com todos os azuis (...) E, atrás dos seus passos largos, no jardim de insônia que você deixou, foi onde melhor escrevi as minhas saudades. Hoje, debaixo do sol e com o mar ao fundo, ainda é por você que eu espero. E se eu pudesse dizer tudo o que já escrevi e calei, seria com uma voz mansa e aveludada: sem os suspiros de horror do início, mas com o mesmo desejo, embora um pouco mais sossegado com o tempo.
Tempo que só encheu de poeira sem conseguir apagar(...)

-Marla de Queiroz.

Original http://pequenasepifaniaseoutrosdevaneios.blogspot.com.br/